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4 Histórias de Amor Portuguesas

Hoje vamos falar de algumas das histórias de amor mais famosas e que fazem parte do imaginário português, da história e das lendas mais genuínas. Algumas destas histórias são distantes no tempo e podem ser envolvidas numa atmosfera de lenda. No entanto, as que aqui partilhamos são histórias reais, romances vividos, carregados de paixão e que marcaram épocas.

Seja pela importância histórica, pela relevância publica dos seus intervenientes ou pela ousadia destes romances, estas são algumas das grandes histórias de amor portuguesas:

A lenda de D.Pedro e D.Inês de Castro

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Recuemos até ao século XIV para conhecer a história de D.Pedro e D.Inês de Castro. Diz-se que a beleza de D.Inês de Castro era tão grande que causou espanto na Corte. O herdeiro do trono D.Pedro, apesar de ser casado com D.Constança, perde-se de amores por D.Inês de Castro, aia da rainha.

Quando D.Constança,a esposa de D.Pedro,  morreu de parto, o herdeiro da corte sentiu-se livre para viver o seu romance com a sua amada D.Inês. O rei nunca permitiu este casamento, mas reza a lenda que os dois teriam casado em segredo e que D.Inês era a legítima esposa de D.Pedro. Viveram juntos em Coimbra e tiveram vários filhos.

A influência que os irmãos de D.Inês de Castro exerciam sobre D.Pedro e o perigo que os descentes bastardos do casal tomassem o lugar do herdeiro legítimo, filho de D.Pedro e de D.Constança, começaram a assustar o rei. Por isso ele mandou matar D.Inês.

Um grupo de homens encarregou-se de matar D.Inês, que terá sido degolada ou apunhalada em frente aos filhos, implorando por misericórdia.

O local desta tragédia foi a Quinta das Lágrimas em Coimbra e reza a lenda que a cor vermelha que ainda hoje podemos ver nas pedras da Fonte das Lágrimas, são a marca do sangue vertido por ela…

A morte da sua amada deixou D.Pedro devastado e alimentado pelo desejo de vingança.

Após a morte do seu pai e já como rei, mandou capturar os assassinos que foram torturados tiveram uma morte macabra. D.Pedro arrancou-lhes o coração, pelo peito e pelas costas, com as próprias mãos comendo-os de seguida. Por esta façanha D.Pedro ficou conhecido como “O Cruel”

D.Inês de Castro foi coroada rainha depois da sua morte, tendo o rei obrigado a Nobreza a beijar a mão da Rainha de Portugal. Nunca houvera paixão assim!

Os corpos dos dois amantes estão sepultados no Mosteiro de Alcobaça, voltados de frente um para o outro.

Um romance belo e trágico.

O amor de perdição de Camilo e Ana Plácido

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Camilo Castelo Branco e Ana Plácido foram os protagonistas de uma paixão que escandalizou o Porto, no séc XIX. A história vale a pena ser aqui contada.

Este foi um amor que veio contrariar os bons costumes e a moralidade vigente na sociedade oitocentista. Camilo Castelo Branco era um escritor e Ana Plácido era casada e apesar de advertida pelos perigos que corria, não contrariou este amor. Abandonou o marido, avançou para os braços do seu amado e juntos fugiram para Lisboa.

Conhecido o escândalo, a esposa adúltera é posta em reclusão num Convento em Braga, mas foge regressando para o seu grande amor.

A ousadia desta mulher ao assumir os seu amor, levou-a a ser julgada e condenada pelo Crime de Adultério e é presa na Cadeia da Relação do Porto. Camilo foi também condenado e também preso. Foi neste período e neste lugar que Camilo escreveu o seu clássico “Amor de Perdição”.

Aguardaram presos, durante mais de um ano, até que o juiz não considerou provados os factos e foram libertados.

A cidade do Porto continuou a ser o cenário desta história de amor e vale a pena percorrer as ruas e os lugares que marcaram este romance tão ousado à época.

Ana Plácido era uma mulher de espírito e de apreciáveis dotes literários, que chegou a publicar artigos e romances em folhetins, com um pseudónimo masculino, que à época se revelava quase obrigatório. O amor por Camilo, escritor de talento genial, mas homem de temperamento e carácter voláteis, fez com que abandonasse os seus sonhos de glória literária e transformou-se em mulher e mãe dedicada. Ajudou Camilo investigando manuscritos que lhe serviriam de base a muitos enredos.

Permaneceram juntos até ao suicídio de Camilo Castelo Branco em 1890.

Um amor excessivo até ao fim.

Os desencontros de Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz

Fernando Pessoa, poeta português.

A paixão do poeta Fernando Pessoa por Ofélia Queiroz teve tanto de intensa como de bizarra.

Foi em 1919, em Lisboa, que o poeta conheceu a mulher que ficará para a história como a sua única namorada. Este romance é um dos mais lidos e falados da literatura portuguesa, foi um namoro simples feito de beijos, mas também de passeios por lisboa e cartas (muitas) de amor. Cartas escritas com paixão, inquietação e desassossego, muito desassossego, como era a alma deste atormentado gênio português. E graças a esta correspondência compreendemos melhor alguma coisa sobre a inquietação do amor na obra de Fernando Pessoa, sobretudo no poema no qual o poeta se revela: “Só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas”.

Esta história de amor foi curta no tempo, durou cerca de 2 anos, em duas fases separadas: a primeira em 1919-1920 e a segunda em 1929-1930. Vale a pena percorrer as ruas de Lisboa do romance de Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz e conhecer melhor esta história.

Um amor poético e imortalizado nas palavras e na poesia.

Romeu e Julieta – um amor antigo na nossa mesa

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Quem não conhece a história do amor proibida escrita pelo famoso dramaturgo inglês

William Shakespeare, que conta as aventuras e tragédia de Romeu e Julieta.

Ao contrário do que acontece com a peça de Shakespeare, em Portugal a história de amor Romeu e Julieta tem um final feliz. Os atores são queijo e marmelada! Um dueto que nunca falha, uma combinação perfeita entre doce e o amargo e que é uma das mais apreciadas sobremesas na mesa portuguesa.

Uma verdadeira paixão gastronómica!

Estas histórias de amor também convidam a conhecer os locais onde foram vividas, conhecer os lugares mais românticos de Portugal. Todo o território português é rico em lendas e histórias de amor, de saudade e de outras coisas, que vale a pena descobrir, enquanto descobre todo o encanto de Portugal.